domingo, 8 de dezembro de 2013

Controlador Lógico Programavel (CLP)


O Controlador Lógico Programável, ou simplesmente PLC
(Programmable Logic Controller), pode ser definido como um dispositivo de
estado sólido - um Computador Industrial, capaz de armazenar instruções para
implementação de funções de controle (seqüência lógica, temporização e
contagem, por exemplo), além de realizar operações lógicas e aritméticas,
manipulação de dados e comunicação em rede, sendo utilizado no controle de
Sistemas Automatizados
Os principais blocos que compõem um PLC são:
· CPU (Central Processing Unit - Unidade Central de Processamento):
compreende o processador ( microprocessador, microcontrolador ou processador
dedicado), o sistema de memória (ROM e RAM) e os circuitos auxiliares de
controle;
· Circuitos/Módulos de I/O ( lnputlOutput — Entrada/Saída): podem
ser discretos (sinais digitais: 12VDC, 127 VAC, contatos normalmente abertos,
contatos normalmente fechados) ou analógicos (sinais analógicos: 4-20mA, 0-
10VDC, termopar);
· Fonte de Alimentação: responsável pela tensão de alimentação
fornecida à CPU e aos Circuitos/Módulos de I/O. Em alguns casos, proporciona
saída auxiliar (baixa corrente).
· Base ou Rack: proporciona conexão mecânica e elétrica entre a
CPU, os Módulos de I/O e a Fonte de Alimentação. Contém o barramento de
comunicação entre eles, no qual os sinais de dados, endereço, controle e tensão
de alimentação estão presentes.
Pode ainda ser composto por Circuitos/Módulos Especiais: contador
rápido (5kHz, 10kHz, 100kHz, ou mais), interrupção por hardware, controlador de
temperatura, controlador PID, co-processadores (transmissão via rádio,
posicionamento de eixos, programação BASIC, sintetizador de voz, entre outros)
e comunicação em rede, por exemplo.
A figura a seguir mostra um PLC comercial.

1.1 - Operação Básica do CLP
A CPU executa a leitura dos status (condições, estados) dos
dispositivos de entrada meio dos Circuitos/Módulos de I/O. Esses status são
armazenados na memória (RAM) para serem processados pelo Programa de
Aplicação (desenvolvido pelo usuário e armazenado em memória RAM, EPROM
ou EEPROM no PLC). Após a execução do Programa de Aplicação, o
processador atualiza os status dos dispositivos de saída por meio dos
Circuitos/Módulos de I/O, realizando a lógica de controle.
A programação do PLC é feita por meio de uma Ferramenta de
Programação que pode ser um Programador Manual (Terminal de Programação,
Handheld Programmer), ou um PC com Software de Programação específico
(ambiente DOS® ou Windows® ). A Linguagem Ladder (RLL - Relay Ladder
Logic, Lógica de Contatos de Relê), muito popular entre os usuários dos antigos
sistemas de controle a relês, é a mais utilizada. Esta linguagem é a representação
lógica da seqüência elétrica de operação, como ilustrado nas figuras a seguir.

A lógica implementada pelo PLC é muito similar à convencional, sendo
que os dispositivos de entrada (elementos B0 e B1) são conectados ao
Circuito/Módulo de Entrada e o dispositivo de saída (elemento L0), ao
Circuito/Módulo de Saída. O Programa de Aplicação determina o acionamento da
saída em função das entradas (B0 . B1 = L0). Qualquer alteração desejada nesta
lógica é realizada por meio de alterações no programa, permanecendo as
mesmas ligações (conexões) nos Circuitos/Módulos de I/O.
1.2 - Histórico
Na década de 60, o aumento da competitividade fez com que a
indústria automotiva melhorasse o desempenho de suas linhas de produção,
aumentando tanto a qualidade como a produtividade. Fazia-se necessário
encontrar uma alternativa para os sistemas de controle a relês. Uma saída
possível, imaginada pela General Motors, seria um sistema baseado no
computador.
Assim, em 1968 , a Divisão Hydramatic da GM determinou os critérios
para projeto do PLC, sendo que o primeiro dispositivo a atender às especificações
foi desenvolvido pela Gould Modicon em 1969.
As principais características desejadas nos novos equipamentos de
estado sólido, com a flexibilidade dos computadores, eram:
· Preço competitivo com os sistemas a relês;
· Dispositivos de entrada e de saída facilmente substituíveis;
· Funcionamento em ambiente industrial (vibração, calor, poeira,
ruídos);
· Facilidade de programação e manutenção por técnicos e
engenheiros;
· Repetibilidade de operação e uso.
Inicialmente, os CLPs, ouPLCs eram chamados PCs - Programmable
Controllers, mas com o advento dos Computadores Pessoais (PCs - Personal
Computers), convencionou-se PLCs para evitar conflitos de nomenclatura.
Originalmente os PLCs foram usados em aplicações de controle discreto (onloff -
liga/desliga), como os sistemas a relês, porém eram facilmente instalados,
economizando espaço e energia, além de possuírem indicadores de diagnósticos
que facilitavam a manutenção. Uma eventual necessidade de alteração na lógica
de controle da máquina era realizada em pouco tempo, apenas com ‘mudanças’

no programa, sem necessidade de alteração nas ligações elétricas.
A década de 70 marca uma fase de grande aprimoramento dos PLCs.
Com as inovações tecnológicas dos microprocessadores, maior flexibilidade e um
grau também maior de inteligência, os Controladores Lógicos Programáveis
incorporaram:
1972 - Funções de temporização e contagem;
1973 - Operações aritméticas, manipulação de dados e comunicação
com computadores;
1974 - Comunicação com lnterfaces Homem-Máquina;
1975 - Maior capacidade de memória, controles analógicos e
controle PID;
1979/80 - Módulos de I/O remotos, módulos inteligentes e
controle de posicionamento.
Nos anos 80, aperfeiçoamentos foram atingidos, fazendo do PLC um
dos equipamentos mais atraentes na Automação Industrial. A possibilidade de
comunicação em rede (1981) é hoje uma característica indispensável na indústria.
Além dessa evolução tecnológica, foi atingido um alto grau de integração, tanto no
número de pontos como no tamanho físico, que possibilitou o fornecimento de
minis e micros PLCs (a partir de 1982).
Atualmente, os PLCs apresentam as seguintes características:
· Módulos de I/O de alta densidade (grande número de Pontos de I/O
por módulo);
· Módulos remotos controlados por uma mesma CPU;
· Módulos inteligentes (coprocessadores que permitem realização de
tarefas complexas: controle PID, posicionamento de eixos, transmissão via rádio
ou modem, leitura de código de barras);
· Software de programação em ambiente Windows® (facilidade de
programação);
· Integração de Aplicativos Windows® (Access, Excel, Visual Basic)
para comunicação com PLCs;
· Recursos de monitoramento da execução do programa, diagnósticos
e detecção de falhas;
· Instruções avançadas que permitem operações complexas (ponto
flutuante, funções trigonométricas );
· Scan Time (tempo de varredura) reduzido (maior velocidade de
processamento) devido à utilização de processadores dedicados;

Um comentário:

  1. Procurei muito sobre CLP, finalmente encontrei a informação que precisava sobre CLP, muito obrigada!

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